sábado, 29 de janeiro de 2011

SAUDADE - CRÔNICA DE MIGUEL FALABELLA


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzbier; se ela continua preferindo Margarita; se ela continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ela continua cantando tão bem; se ela continua detestando o Mc Donald's. Se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
Fonte: www.spectrumgothic.com.br

30 DE JANEIRO - DIA DA SAUDADE


A palavra Saudade traz em si, diversos significados que podem ser interpretados de acordo com o contexto onde é aplicado. Sua origem encontra-se no Latim, Solitate, e se pesquisada, descobriremos que a conotação contemporânea distanciou-se da original. Saudade não mais se refere ao sentimento de solidão preservado em variações de línguas românicas como o espanhol: soledad e soledat.
Sobre a saudade, podemos encontrar definições como "Sentimento mais ou menos melancólico de ausência, ligado pela memória à situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável"; ou "Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido". Como sinônimos, encontramos Lembrança e Nostalgia.

Em 30 de janeiro celebra-se o "Dia da Saudade". Na gramática Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa. Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão).
No idioma inglês encontramos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância). Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o que sentimos.
São apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exatamente o que é. Não é só um obstáculo ou uma incompatibilidade da linguagem, mas é principalmente uma característica cultural daqueles que falam a língua portuguesa.

Saudade não tem cor, mas pode ter cheiro. Não podemos ver nem tocar, mas sabemos o quanto é grande. Pode ser o sentimento que alimenta um relacionamento amoroso ou apenas o que sobra dele. Pode ser uma ausência suave ou um tipo de solidão. Pode ser uma recordação daquele momento e daquela pessoa, que um dia, mesmo sabendo ser impossível, ousamos querer reviver e rever. É a dor de quem encontrou e nunca mais encontrará, de quem sentiu e nunca mais voltará a sentir. A saudade se combina com outros sentimentos e procria-se. A soma da saudade com a solidão é igual a Dor. O resultado da saudade com a Esperança é a Motivação.
Saudade é uma só, em diferentes palavras. É comum encontrá-la grafada nas lápides em alusão a dor da ausência provocada pela morte. Mas na Literatura e na Música é um tema crônico. É quem arquiteta a estrofe e conduz o tom. Não importa o gênero literário ou o estilo musical, não importa o autor, a época ou a situação.

Casimiro de Abreu versificou sua saudade da infância: "Oh! que saudades que eu tenho / Da aurora da minha vida / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!". Álvares de Azevedo antecipou a saudade mortal: "Se eu morresse amanhã, viria ao menos / Fechar meus olhos minha triste irmã / Minha mãe de saudades morreria / Se eu morresse amanhã!". A poetisa portuguesa, Florbela Espanca, também registrou sua saudade: "E a esta hora tudo em mim revive / Saudades de saudades que não tenho... / Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...".

O Rock brasileiro transformou a saudade numa de suas bandeiras. Renato Russo cantou: "nessa saudade que eu sinto / De tudo que eu ainda não vi". Ainda nas canções de Renato: "dos nossos planos é que tenho mais saudade". Entre o Rock e a MPB, Cazuza, declarou: "Saudade do que nunca vai voltar / E dos amigos que se foram / Eu hoje estou com saudade". Tom Jobim e Vinícius de Moraes compuseram: "Chega de saudade / A realidade é que sem ela não há paz...".

Saudade é um registro fiel do passado. É a prova incontestável de tudo que vivemos e ficou impresso na alma. Ao confessarmos uma saudade, na verdade, estamos nos vangloriando de que, ao menos uma vez na vida, conhecemos pessoas e vivemos situações que foram boas, e serão eternas em nossa alma. Nutri-la, é alimentar o espírito e a própria existência.
Se há tantas e, ao mesmo tempo, tão imprecisas definições de saudade, resta-nos apenas cultivá-la e alimentá-la com pensamentos, músicas, perfumes, fotografias, lugares, fins de tarde e madrugadas. Saibamos viver plenamente o presente, pois ele será a saudosa lembrança de amanhã

Nos braços da saudade


Levantei com uma impressão de que meu dia seria péssimo.Uma angústia invadia meu peito, sentia falta de ar.
Uma dor me incomodava, não sabia o que fazer, já estava prevendo que tudo que faria seria mal acabado.
Resolvi, então, passar o tempo em frente ao computador para ver se aquela angústia evadia-se, foi pior!
As lágrimas teimavam em rolar pelo rosto e então percebi que se tratava de
saudade.

Revirei todas mensagens de auto-estima, ouvi músicas, e a solidão tomou conta de todo o meu ser.
Voltei ao meu passado e, lembranças daquele
amor que marcou minha vida vieram à tona.
Saudade daqueles beijos apaixonados, daquelas juras de amor eterno.
Quantas saudades afloraram em meu
viver!
E hoje, nem eu me acho!
Agora, decorrido todos esses anos de espera, de lembranças, de saudades, não vislumbro mais sua imagem, e, restam-me a angústia e a solidão.
Quisera poder voltar no tempo e reparar o que não foi reparado!
Quisera poder voltar no tempo e dizer novamente o quanto eu te amo!
Quisera poder voltar no tempo e dizer o quanto você faz falta!
Como seria maravilhoso poder ouvir sua voz novamente, sentir seu cheiro e deitar em seus carinhos.
O tempo passou, tudo se modificou, e a vida segue seu curso normal, carregando no seu seio a minha saudade.
Hoje procuro sufocar minha dor sabendo que desejo para quem mais amo na vida a felicidade plena.
Pois, devemos oferecer para quem realmente amamos o melhor.
E por mais que toda a angústia me devora, todas as lágrimas caiam de meus olhos, eu sempre a amarei.
Então, continuo vivendo com a dor da saudade, mas carregando no coração as lembranças de seu sorriso, de seu cheiro e de sua voz.
Passe o tempo que passar, saiba que sempre, ainda, vou te amar.
E, hoje, me aconchego, me deito e me deleito nos excruciantes braços da saudade.


Autor: Soélis Sanches

Minhas palavras


Cuide muito bem das suas palavras, quando soltamos o verbo não tem volta, elas ficam registradas no cérebro de quem as recebe, e se essa pessoa registrá-las no coração, pode ser que você ganhe um inimigo, pode ser que você acabe uma amizade, pode ser que você termine o romance da sua vida.
Por isso, se você já sabe que não anda bem, se anda cheio de problemas, melhor silenciar, o silêncio pode responder muitas perguntas.
Agora, tem gente que anda tão de mau com a
vida, anda tão frustrada que já azedou e nem se toca, de 100 palavras que fala 90 são de reclamações, as outras dez, palavrões ou murmurações.
Falamos o que sentimos na alma, e por mais que tentemos disfarçar, ninguém consegue representar o dia inteiro, ser o que não é por muito tempo, por isso tem muita gente vivendo na solidão, tem gente abandonada em asilos, tem gente andando a ermo pelas ruas, e tem gente.
Que muita gente só deseja coisa ruim, porque falta AMOR, não dá e nem recebe AMOR, e o AMOR tem esse poder de adoçar a vida, as palavras, os gestos, as
atitudes, transformar de VERDADE!
Verifique ainda hoje o seu nível de
AMOR, e se for o caso, complete o tanque da sua ALMA, porque ninguém resiste ao AMOR.

Autor: Rosangela Hespanhol.

Era tão bom

Que dia é hoje?! Quantas horas são?! Isso já nem importa mais...
O tempo passa depressa demais, enquanto tudo que eu queria era que ele ficasse parado, que tudo se estagnasse para que não ficassem tão distantes de mim os
momentos que vivi com você...
Diz uma
canção: “Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre sem saber que o “pra sempre” sempre acaba”. E eu me pergunto: Por quê?!
E tudo volta à rotina normal, como deveria ser...
Eu poderia ter feito alguma coisa hoje... Mas, sei lá... Fiquei aqui pensando em você...
Porque,
pensamentos são as coisas mais reais que tenho de você agora.
É estranho, ter que te esquecer...
Eu pedi tanto ao tempo que ele voltasse atrás, para que eu pudesse mais uma vez estar com você e sentir a paz que você me trás... insisti... insisti... mas foi em vão...
Um dia alguém me disse: “tudo sempre muda, estamos sempre vivendo experiências novas, e nunca nada será como antes!”.
Procuro, hoje, fazer dessas palavras meu consolo.
Se tudo muda, eu também mudarei um dia... Esse
sentimento também mudará...
E este então será meu último poema, pois todas as coisas que eu quero dizer, nem estão saindo direito...
E era tão bom...
Eu poderia ter feito alguma coisa hoje... Mas, sei lá... Fiquei aqui pensando em você.

Autor: Érica Goulart